Mandioca na Alimentação Animal

A mandioca é uma planta de grande versatilidade, podendo produzir diversos produtos, subprodutos e estar presente na alimentação humana e animal. É uma planta que pode ser aproveitada de forma integral (raiz e parte aérea), podendo substituir os tradicionais milho e soja na produção de ração para as diferentes categorias animal. 

A parte aérea da mandioca pode ser utilizada na alimentação animal de duas formas: desidratada e triturada na composição de ração como fonte de proteína, e na produção de silagem. A fonte da proteína mais utilizada é o farelo de soja, no entanto a parte aérea da mandioca tem sido desprezada no campo como fonte de proteína, ou seja tem se perdido muito dinheiro no território com a não utilização da parte aérea da mandioca.
A raiz da mandioca é excelente fonte de energia, e pode ser utilizada de diferentes formas: raspa da mandioca, grolão, farelo de mandioca, farinha suja, mandioca desfiada e desidratada. Todas estas formas podem ser utilizadas na formulação de rações como complemento ou substituição ao milho.

Exemplo de imagem
Um outro produto pouco utilizado na alimentação animal mas com grande potencial de aumento de produtividade é a manipueira – água da prensagem da mandioca. No entanto, alguns cuidados precisam ser tomados para esta utilização. A manipueira precisa descansar durante, no mínimo, 7 dias antes que o animal possa consumi-la para que o ácido cianídrico possa volatilizar, e os animais também precisam passar por um processo de adaptação recebendo pequenas quantidades e crescendo o fornecimento com o tempo até poder fornecer a manipueira a vontade para os animais. Agricultores relatam o aumento de mais de 50% na produção de leite, vacas que produziam 8 litros passaram para 13 litros, retirada a manipueira as vacas voltaram para os 8 litros de leite. Como é um processo mais complexo, é importante o acompanhamento técnico na implantação do uso da manipueira na alimentação animal. 

O Programa Farinheira Sustentável tem disseminado para os agricultores interessados informações de como produzir silagem, e subprodutos para integrar a produção de ração para as criações, como forma de ampliar a renda nas farinheiras e potencializar o uso integral da mandioca. 

O Extremo Sul da Bahia possui mais de 2 mil farinheiras em funcionamento, e o resíduo dessas farinheiras podem ser importante fonte de matéria prima para alimentação animal, proporcionando redução de custo para os pecuaristas e o desenvolvimento local por movimentar os recursos que estão sendo enviados para regiões produtoras de milho e soja no nosso território.

Por Jeilly Vivianne

Jeilly Vivianne é Engenheira Agrônoma, Pós Graduada em Gestão Ambiental em Sistemas Agrícolas, Mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, Coordenadora Técnica do Plano de Ação Territorial da Mandiocultura no Extremo Sul da Bahia e atua na implantação do Programa de Desenvolvimento Rural Territorial - PDRT, da Suzano, no Extremo Sul da Bahia.